As paredes deste quarto são como muralhas que testemunharam minhas batalhas mais intensas, os confrontos silenciosos da minha alma. Aqui, sob a luz pálida da lua, eu me torno uma insurgente da criatividade, uma guerreira das palavras e das tintas.
A sociedade tenta me moldar em um molde padronizado, mas eu me recuso a ser aprisionada por suas convenções. Minhas mãos ansiosas rabiscam o papel, traçando linhas tortas que se tornam uma revolta artística contra a uniformidade. Cada pincelada é um grito silencioso de liberdade, um ato de resistência contra as amarras invisíveis que tentam me conter.
A tinta escorre, emaranhando-se em uma dança caótica de cores e formas. Aqui, na tela em branco, encontro minha voz mais autêntica, aquela que não teme se manifestar, mesmo que seja em meio à escuridão. Cada traço é uma reafirmação da minha existência, uma negação apaixonada da ideia de que devo me conformar.
A arte é minha fuga, meu santuário de autenticidade. Ela me permite expressar o indizível, capturar o efêmero e destilar minha essência no papel. Enquanto os olhos do mundo podem julgar, aqui sou livre para criar, para explorar, para desafiar.
Os críticos podem erguer suas vozes, mas eu enfrento suas palavras com a mesma coragem que encontro na ponta do meu lápis. A resistência está gravada em cada traço, em cada linha que não se encaixa nos padrões preestabelecidos. A liberdade se manifesta nas cores vivas que escolho, nos espaços em branco que deixo para a imaginação.
A arte é uma arma silenciosa, uma forma de protesto que ecoa através das eras. Nas galerias abafadas, encontro camaradas de alma que também recusam a conformidade, que desafiam a norma com suas criações ousadas e provocativas. Somos rebeldes com pincéis e palavras, lutando por uma revolução que transcende as barreiras do tempo.
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E assim, eu resisto. Resistir não é apenas sobreviver; é florescer em meio à adversidade, é encontrar a beleza na luta, é enfrentar o mundo de frente e dizer: "Eu sou, e não serei silenciada". Cada linha que traço, cada palavra que escrevo, é um ato de resistência, uma afirmação de que minha voz importa, que minha visão única merece ser ouvida.
A arte é minha bandeira, meu estandarte erguido contra as forças que tentam me moldar. Cada criação é uma vitória, um ato de coragem que se desenrola em telas e páginas, um lembrete constante de que sou mais do que as expectativas que tentam me conter.
Portanto, continuo a traçar, a pintar, a escrever. Continuo a resistir. Minhas mãos são instrumentos de revolta, minhas criações são manifestos de liberdade. Enquanto a tinta fluir e as palavras se entrelaçarem, permanecerei como uma voz em um coro de resistentes, uma artista que se recusa a ser silenciada, uma alma que encontra liberdade na expressão criativa.
Matile Facó
31 anos, nascida em Fortaleza, Ceará, é uma mulher multifacetada que transcende os limites da sua formação em Administração de Empresas. Como artista, ela encontra sua expressão nas palavras, nos desenhos e nos sonhos, criando um universo único e inspirador. Sua poesia sensível e honesta convida os leitores a explorarem as profundezas da existência humana, abordando temas como amor, saudade e busca interior.
Texto maravilhoso...