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  • Foto do escritorMatile Facó

Caminhos Desalinhados: A Liberdade de Ser Mulher


Quando olho para trás, vejo uma vida de desencontros e caminhos desalinhados. Não me encaixo nas caixinhas apertadas que a sociedade oferece às mulheres. Sou como um espírito livre, vagando por entre as ruas sujas da vida, sem medo de sujar os pés na lama do desconhecido.


Desde jovem, percebi que minha rebeldia não se encaixava nas expectativas da família ou dos amigos. Meus sonhos eram diferentes, meus desejos eram incompreendidos. Eu buscava algo mais do que casar, ter filhos e viver uma vida previsível. Queria a liberdade de correr pelos campos selvagens da minha própria alma.


Os relacionamentos vieram e se foram, como trens em uma estação movimentada. Alguns foram como chuvas passageiras, outros como furacões devastadores. Aprendi a me entregar ao amor, mesmo que ele me levasse a lugares escuros e desconhecidos. O amor pode ser uma bênção e uma maldição, mas é nessa dualidade que reside sua beleza.


Ao longo do caminho, encontrei mulheres que, como eu, ousavam desafiar as convenções. Éramos como um bando de pássaros selvagens, voando em direção ao horizonte desconhecido. Cada uma com sua própria história, suas próprias cicatrizes e suas próprias batalhas vencidas.


Nos bares sujos e nos cantos escuros da cidade, trocávamos histórias de amores perdidos e sonhos inalcançados. Éramos a resistência contra a pressão de sermos sempre delicadas e submissas. Gritávamos nossa rebeldia em meio ao caos da noite, recusando-nos a sermos aprisionadas pelos padrões impostos.



A escrita tornou-se minha aliada, minha voz gritando em páginas amassadas. Ali, eu me despejava sem filtros, expondo meus pensamentos mais sombrios e minhas paixões mais ardentes. A escrita me libertava das amarras do mundo e me permitia ser a mulher que eu queria ser, sem desculpas ou explicações.


Com o tempo, percebi que minha força estava em abraçar minha vulnerabilidade. Ser mulher é carregar consigo uma dualidade inerente. Somos delicadas e fortes, frágeis e corajosas, todas ao mesmo tempo. Nessa complexidade, encontramos nossa verdadeira essência.


Hoje, não tenho todas as respostas, mas sei que nunca pararei de buscar. A vida é um eterno mistério a ser desvendado, e eu sou a exploradora desse universo inexplorado.


Então, aqui estou, uma mulher desalinhada, vagando por caminhos tortuosos e incertos. Meus passos podem não ser firmes, mas minha determinação é inabalável. Eu sou uma mulher livre, desbravando os territórios desconhecidos da minha própria alma. E é nessa liberdade que encontro a verdadeira essência de ser mulher.




Matile Facó

31 anos, nascida em Fortaleza, Ceará, é uma mulher multifacetada que transcende os limites da sua formação em Administração de Empresas. Como artista, ela encontra sua expressão nas palavras, nos desenhos e nos sonhos, criando um universo único e inspirador. Sua poesia sensível e honesta convida os leitores a explorarem as profundezas da existência humana, abordando temas como amor, saudade e busca interior.

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