Na selva de concreto, onde os prédios erguem-se como árvores metálicas e o ruído incessante é a trilha sonora cotidiana, desvela-se um mundo singular. Um universo particular que não se permite ser contido pelos limites do asfalto, mas que se espraia pelo ritmo pulsante das almas femininas que habitam essa metrópole tão agitada. Nesta sinfonia caótica, elas redefinem a arte de florescer no cerne do caos urbano.
Aqui, nesta cidade de incertezas e sonhos entrelaçados, caminham mulheres que carregam consigo a força dos vendavais e a delicadeza das pétalas. Seus olhares resolutos brilham como estrelas em meio à escuridão, desafiando as sombras que tentam obscurecer seus passos. São escritoras de suas próprias histórias, poetisas das ruas, dançarinas do cotidiano. Cada uma carrega sua própria batalha interna, mas em suas veias corre a sede insaciável por liberdade.
Entre o fumo que sobe em espirais e o tilintar dos copos, elas se erguem, donas de si. Não se trata de uma busca pela perfeição ou pela imagem imaculada da feminilidade idealizada, mas sim de um mergulho corajoso no oceano turbulento de si mesmas. E é justamente nessa vulnerabilidade que encontram sua força mais genuína.
Algumas delas escrevem suas verdades em versos profundos, liberando suas angústias e amores não correspondidos nas palavras que fluem como rios desenfreados. Outras, pintam o mundo com suas tintas íntimas, expondo em telas abstratas a alma que teima em se calar. Há também aquelas que se permitem serem ouvidas em melodias arrebatadoras, dedilhando violões em madrugadas insones.
Nessa busca incansável pela sua própria voz, enfrentam a incompreensão, os julgamentos e as amarras sociais. Contudo, não há barreiras que se ergam à frente de quem carrega consigo a coragem de se tornar quem realmente é. Como se lançassem sementes ao vento, elas plantam a liberdade em solo árido e, com cada passo, abrem clareiras de esperança no coração da cidade.
E assim, entre cafés fumegantes e risos escancarados, as mulheres da metrópole desenham sua própria revolução. Elas não buscam aplausos ou reconhecimentos vazios; sua jornada é de autenticidade, e sua luta é para que todas as mulheres encontrem em si mesmas o poder de serem protagonistas de suas vidas.
Nesta selva de aparências e convenções, as mulheres florescem silenciosamente, mas com uma intensidade indomável. A poesia de suas existências é escrita nas entrelinhas das calçadas, nos espaços em branco dos muros cinzentos, e no sorriso que transborda a despeito de qualquer adversidade.
Assim, a cada aurora, a metrópole desperta com a presença resiliente dessas mulheres que dançam em seus próprios vendavais e celebram a poesia cotidiana, tão similar à de uma versão feminina de um certo escritor, cujo nome não mencionaremos, mas que ecoa nas entrelinhas deste universo feminino, onde as flores nascem no meio do asfalto e as almas se reinventam na sinfonia urbana.
Matile Facó
31 anos, nascida em Fortaleza, Ceará, é uma mulher multifacetada que transcende os limites da sua formação em Administração de Empresas. Como artista, ela encontra sua expressão nas palavras, nos desenhos e nos sonhos, criando um universo único e inspirador. Sua poesia sensível e honesta convida os leitores a explorarem as profundezas da existência humana, abordando temas como amor, saudade e busca interior.
Adorei a colaboração :)