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  • Foto do escritorLane Lucena

4 práticas que estimulam a plasticidade do seu cérebro

Atualizado: 25 de nov. de 2023


É impressionante como temos uma "capacidade elástica" de adaptação ao novo ao mesmo tempo em que "resistimos" diante de mudanças. Você sabe porquê?


Vivemos mergulhados no nosso mundo mental - aprisionados a velhos conceitos e pré-conceitos, e esse estado muitas vezes nos impede de fazermos escolhas. Na prática, isso se explica quando passamos anos utilizando o mesmo modelo de aparelho celular, o uso constante faz com que o aparelho fique a nossa cara - totalmente personalizado. Diante da saturação da tecnologia e da capacidade física, logo necessitamos de um novo aparelho e para muitas pessoas trocar o velho móvel por um novo é uma verdadeira luta. Existe uma resistência interna - um cansaço mental em ter que configurar tudo outra vez ou ter que perder vários arquivos. Com os novos recursos é possível fazer uma migração sem perder tantos dados, no entanto, mesmo assim a possibilidade de mudança é assustadora.


Ultrapassada a resistência, começamos a fazer a interação com a nova tecnologia e assim vamos nos familiarizando. Percebemos que mudar não é tão ruim assim, sempre irão ter novos recursos para despertar e também lamentar de alguns que deixaram de existir. Isso explica porque o nosso cérebro é uma obra de arte em constante construção, a cada nova aprendizagem, novos circuitos neuronais são ativados, novas sinapses são formadas, eis aí a plasticidade neural. Cada neurônio envolvido neste ativo processo, aumenta seu vigor funcional, reduzindo assim, a possibilidade de ser eliminado através da “apoptose”.


Plasticidade cerebral é a denominação das capacidades adaptativas do Sistema Nervoso Central (SNC), sua habilidade para modificar sua organização estrutural própria e funcionamento. É a propriedade do sistema nervoso que permite o desenvolvimento de alterações estruturais em resposta à experiência, e como adaptação a condições mutantes e a estímulos repetidos.


Este fato é melhor compreendido através do conhecimento do neurônio, da natureza das suas conexões sinápticas e da organização das áreas cerebrais. A cada nova experiência do indivíduo, portanto, redes de neurônios são rearranjadas, outras tantas sinapses são reforçadas e múltiplas possibilidades de respostas ao ambiente tornam-se possíveis.


Existem variáveis importantes no sentido de entender o potencial para a recuperação funcional após lesão. São elas: idade do indivíduo, local e tempo da lesão e a natureza da mesma.


Estudos com neuro-imagens de indivíduos com AVC, indicaram modelos de ativação pós-lesão que sugerem reorganização funcional. Foram feitos a partir de lesões focais corticais experimentais, que induziram mudanças no córtex adjacente e no hemisfério contralateral. Investigações morfológicas mostraram que este tipo de plasticidade é mediado por proliferação de sinapses e brotamento axonal (apenas poucos milímetros).


Mas não se engane ao pensar que o conceito de neuroplasticidade só pode ser aplicado a alguém que sofreu algum tipo de lesão. Muito pelo contrário. A aprendizagem também é uma forte característica dessa extraordinária capacidade do nosso cérebro, como é o caso do Mindfulness (Práticas de Atenção Plena). E isso significa que seus hábitos de vida influenciam fortemente a sua capacidade de desenvolver novas conexões.


É por reconhecer a importância destes conhecimentos que nós do Psiqueanalise.com preparamos 4 dicas que vão te ajudar a adotar hábitos e práticas para estimular a plasticidade do seu cérebro.


Vamos lá. É com você agora.


Movimente-se

Não é só a nossa condição física que melhora com a prática de exercícios moderados. Nosso cérebro se beneficia também. Os exercícios diminuem o estresse, melhoram a circulação e o fluxo sanguíneo, o que traz ganhos na oxigenação do cérebro.


Com uma caminhada vigorosa de apenas 30 minutos, você já pode melhorar o fluxo de sangue e oxigênio para o cérebro, estimulando a neuroplasticidade. Lembre-se de prestar atenção às cenas durante sua caminhada e observar os detalhes e as mudanças no caminho.


Andar a pé ou de bicicleta e até mesmo fazer musculação enquanto assiste um programa de notícias na televisão ou escuta um podcast pode servir como um poderoso estimulante para sua função cerebral.


Explore a natureza

Ao invés de sempre se mover apenas do ponto A ao ponto B investigue o entorno. Se você gosta de caminhar ou andar de bicicleta para se exercitar, escolha novos trajetos para os seus passeios. No trabalho, convide alguém com quem você não costuma ter muito contato para tomar um café ou conversar durante o almoço. Saia da rotina.


Explore a natureza e tenha contato direto com ela. Pise na grama e sinta o ar puro enquanto respira naturalmente. Sinta o cheiro do ambiente e a temperatura. Use todos os seus sentidos.


Pratique atividades que estimule os dois hemisférios do seu cérebro

Aproveite todas as oportunidades que tiver de fazer algo novo e que pareça desafiador, especialmente atividades que te forcem a usar ambos os hemisférios do cérebro. O hemisfério direito atua de forma mais holística e é responsável por reconhecer padrões e interpretar emoções e expressões não verbais. Já o lado esquerdo controla os processos de pensamento lógico e analítico, como a prática de ler sequencialmente da esquerda para a direita.


Aprender a tocar um novo instrumento musical, uma língua estrangeira ou uma linguagem de programação digital, por exemplo, expande o tamanho das áreas envolvidas no cérebro. Outra dica é experimentar escovar os dentes ou utilizar o garfo com a mão não dominante. Estimular a lateralidade cruzada fortalece o corpo caloso que aumenta as trocas químicas entre os dois hemisférios.


Acompanhe sua respiração

Isso pode ser feito em qualquer lugar e a qualquer tempo, e é a prática mais fundamental de atenção plena. Tudo o que você tem a fazer é prestar atenção em sua inspiração e expiração. Certifique-se que sua respiração seja suave, leve e regular. A medida em que respira, esteja consciente de onde você está e daquilo que está fazendo.


Sinta a respiração ir e vir. Não tente controlar sua respiração, apenas preste atenção nela (embora naturalmente a sua atenção acalmará o ritmo da sua respiração). Durante esse momento, faça o que fizer, não perca o foco na sua respiração. Sua respiração é a ferramenta mais eficaz para praticar a atenção plena. Ela sempre está lá conosco, então funciona como um perfeito ponto de ancoragem no momento presente.


Esse exercício é perfeito para ser utilizado como um botão de pausa no nosso cotidiano. Quando você começa a praticar a atenção plena, você tem que lembrar a si mesmo de praticar, então pausar algumas vezes ao longo do dia para fazer isso é uma forma perfeita de começar a estabelecer o hábito.


Boa prática!


Lane Lucena Psicanalista Clínica Infantil

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Com especializações em psicologia e saúde mental e psicopedagogia clínica, realiza tratamento psicanalítico do sofrimento psíquico em geral, tais como: fobias, ansiedades, depressões, obsessões, impulsos auto e heteroagressivos, angústias e psiconeuroses.


Facilitadora de Práticas de Atenção Plena no Viva Sua Essência Plenamente: 30 Dias de práticas para você manter a Atenção Plena no momento presente!





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